sábado, 5 de dezembro de 2009

Vexames do cotidiano II

Era um desses homens vermelhos com barba por fazer que encontramos regularmente com roupas amarrotadas em praças públicas, botecos e feiras. Sempre usando um chapéu com estampas de publicidade e sempre falando rispido e alto, mas esse não, tinha uma fala presa e gagueijava nas suas frases. Ficamos um perante o outro como dois desconhecidos, que se encontraram num dialogo ensolarado embora sigam outras afeições, as doenças era o tema que circulou no balé das nossas palavras, e depois de apresentar algo bom para ele, foi que ele pediu meu livrinho vermelho, elevou apressadamente até o nariz e feixando os olhos respirou duas ligeiras fungadas naquele exemplar tamanho pequeno que me pertence, depois de retornar às minhas mãos, me despedi, imaginando o que ele tentava sentir ao provar tão ansiosamente o aroma das páginas, ele foi tão apressado quanto quem joga comprimidos medicinais na garganta, tão discreto quanto macaquinhos atrevidos, eu observei risonhamente aquele acontecimento no minimo engraçado, ele ficou sentado e eu segui andando, ele satisfeito, eu decifrando, ele: guitarra agitada, eu: concerto de piano, ele parado e sério, eu gargalhando e caminhando.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Admirável Nova Humanidade

Que o homem tem uma capacidade extensa de criar não resta duvida, mas quais os limites para desse "poder criativo"? até que ponto o investimento na área de robótica é saudável? será tão prejudicial deletar da ciência os setores que investem nesta área?
Ao decorrer dos séculos o homem tem inventado diversos aparelhos, dispositivos e máquinas; muitos com a finalidade de reduzir o tempo que uma pessoa gastaria executando determinada tarefa em muito estes são realmente benéficos! Mas Seria lucrativo trocar a mão de obra humana por mãos de aço nas empresas, indústrias e fábricas? em caso afirmativo como ficaria a auto-estima do então ex-operário?. Enquanto o globo terrestre enfrenta diversos problemas seria sábio continuar investindo em robôs? Aliás quantos robôs podem apreciar as maravilhas ao redor, como uma rosa vermelha e exuberante ou a imensidão azul? Quantos robôs são capazes de alegrar-se por sentir-se amado ou sequer valorizar qualidades como bondade ou a paciência?
Talvez seja o momento de descobrir onde é mais proveitoso aplicar a inteligência humana! È interessante que nenhuma mãe amorosa deixaria que um robô cuidasse de seu frágil filhinho recém nascido, não o deixaria amamentar ou educar. Acredito que deixar idosos sob os cuidados de robôs não seria a retribuição que eles apreciariam! contudo já predomina a insensibilidade da Admirável nova "Humanidade".

Vexames do Cotidiano

Totalmente desprovida de curvas! Na verdade ela tinha um formato oval, até a cabeça lembrava um molde circular! Tudo indica que vivia na tentativa de ser elegante e era, eu vi. Sobrancelhas grossas, olhar esbugalhado e do tipo ligeirinho, não cheguei a ouvir mas tenho certeza de que tinha um daqueles sorrisos escandalosos; calçava um salto preto que distribuía sonoridade a cada pesado passo, ela portava um anel que certamente foi implantado alguns anos ou quem sabe meses atrás naqueles roliços dedos, dedos que lembravam muito salsichas, e o anel estava como que sufocando a salsicha albina, pois foi branca e suada que ela entrou por aquela porta ali, olhando assustadamente natural para todos que estavam sentados defronte á vitima, a vitima: uma inocente maçaneta que ela com uma "delicadeza" impressionante arrancou!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Admirável Hobie "Velho"

Sou APAIXONADO por velhacarias! isso mesmo amo coisas antigas, coisa novas também mas meu hobie preferido é rondar pelas coisas que já aconteceram, que já apaixonaram e que ainda está em algum lugar: guardado. coisas que algumas vezes nem cheguei a viver, presenciar ou sequer ouvir falar, mas de alguma forma eu chego até esse fato, objeto, ou expressão artística.
Tudo naturalmente tem uma história, costumo regularmente ouvir canções antigas e imaginar o que as pessoas que conheço da época do lançamento sentiram quando escutaram tais canções que no geral são pérolas. Nos móveis antigos gosto de explorar seus defeitos e sei que cada atual deficiência tem uma história, e o mesmo acontece com jornais, revistas, livros e assim por diante.
Não daria pra colocar o título deste post "Admirável Hobie Novo" de novo não tem nada! por que esse passatempo já faz tempo! Acho que começou quando eu tinha cerca de 8 anos de idade, naquela época eu ia ao colégio pela manhã, morava numa casa da cor amarela, e lembro especificamente de um dia, na cozinha da casa, minha mãe ouvindo uma estação de rádio em que tocava musicas da época de sua juventude, e ela lembrava de detalhes e me contava tudo, daí em diante passei a usar isso nas sempre divertidas reuniões "dominicais" da família em que junta quase todos da família pra almoçar, geralmente o que se tornou a comida tipíca da família: Cozido (O cozido à portuguesa é um prato tradicional português. uma iguaria composta por uma miríade de vegetais, carnes e enchidos cozidos.) Minha avó se esbanjava de histórias ao ouvir Nelson Gonçalves, Meu pai em geral filmes como Grease, musicas como às de Chico Buarque de Holanda, Meu avô é o que menos conta histórias, quem mais gosto de ouvir contar histórinhas é uma Tia Materna, ela dispara em lembrar mínimos detalhes de uma época que minha memória era bem limitada: minha primeira infância, basta executar musicas de Marisa Monte pra ela começar, ela diz que no passado eu gostava muito de ouvir determinadas canções. Pois bem ainda hoje gosto de tentar descobrir qual foi a primeira impressão que tive ao conhecer determinada coisa, não deixo de aproveitar e descobrir tudo o que está envolvido no presente, para que no futuro eu tenha explorado bem o que se chamará: Passado.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Movimentos

Os movimentos estão sempre presentes na vida útil dos seres humanos e na vida inútil dos seres não-humanos. Quando nascemos é sob os encantados olhos maternos que se movimentam delicadamente, que o corpinho frágil de um bêbêzinho apoiado sob carinhosos braços um tanto tremulos, que vai pra lá e pra cá embalados pelas emoções, emoções que movimentam mais rapido o coração da mãe dedicada; Ao decorrer dos primeiros mêses aprendemos a movimentar os pequenos membros do pequeno corpo, enquanto isso existem diversos outros movimentos em ação: Os astros, a tecnologia e as descobertas ciêntificas,a recordista de movimetos é a vida pois a cada minimo instante nascem e morrem pessoas. Neste momento mãozinhas ainda pequenas estão tentando rabiscar vogais, outras mãos talvez tentem controlar desesperadamente o volante de um carro, exige uma força concentrada pra movimentar um gatilho e um bisturi, movimentos leves e suaves são os que conduzem expressões de afeto, movimentos agitados estão geralmente ausentes no coração deprimido e presentes no coração adolescente, existe os movimentos que impressionam como os dos esportes, os que emocionam como os dos dramaturgos, também pessoas que nos assustam com movimentos violentos. Nenhum movimento é tão bonito quanto os movimentos autruístas, como levantar para ceder um lugar num transporte público, entregar um objeto a quem o perdeu, dirigir uma cadeira de rodas, essas e outras dezenas talvéz centenas de movimentos desse nível movimentam a um ponto positivo nossos sentimentos de satisfação e felicidade.
Á caminho da velhice num dos movimentos mais notáveis do corpo a pele vai enrrugando, os orgãos diminuem o ritmo, os olhos se locomovem mais lentos assim como a estrutura ossea , o calendário se move mais depressa, e por fim é numa cadeira de balanço que se "para" o melhor se balança para analizar o quanto a vida foi movimentada, no modo como os anos correram e os problemas que estacionaram na porta do coração, no agito dos dias mais estressantes e na tranquilidade dos meses mais felizes, dos passos lentos de noiva até o altar, e dos pulos contagiantes do dia da formatura. Nos dois extremos da vida não somos nós quem nos auto-movimentamos, para nascermos à vida é a mãe ou um obstetra que nos retira ao mundo, na morte é um coveiro quem nos enterra dentro de quem não cessa de movimentos: o planeta Terra.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Minhas Raizes (Português e isso é tudo o que sei)

Estou escrevendo sobre minhas raízes não por que tem algo impressionaste, Peculiar, ou que isso seja um dever, não. Vou escrever por que recentemente andei pesquisando bastante sobre o que costumam chamar de `"Árvore Genealógica" , e desejo registrar os detalhes que descobrir.
Pois bem, em Agosto de 1914 um mês depois de começar a primeira Grande Guerra e três antes de terminar, nasceu uma pessoa a qual minha mãe (esta nascida no mesmo ano que nasceu lindas mulheres como Adriane Galisteu, Danielle winnits e Vanessa gerbelli mesmo ano que na rede globo estreitaram os três programas de maior audiência e que estão no ar até hoje: Globo esporte, Esporte Espetacular e Fantástico) costumava chamar num sotaque nordestino de "Vóinha" uma nomenclatura carinhosa e regional, Vóinha Faleceu dois anos antes d'eu nascer, sofreu 4 derrames (avc) e no 5ª entrou em óbito, ela foi casada duas vezes sendo que da segunda nasceu uma pessoa importante e que eu amo muito, esta nasceu numa família de dois homens e três mulheres, sendo que uma já não está mais em vida, e eu perfeitamente poderia também chama-lá de Vóinha mas não a chamo assim, (não sei por que) mas antes chamo de Mainha, e a filha dela eu me refiro como Mãe, e que Mãe! o avô da minha mãe sei apenas que sumiu no mundo antes da minha Mainha nascer, sendo que minha Vóinha precisou trabalhar muito pra sustentar uma família que ficava cada vez maior devido sua qualidade tão linda chamada "Hospitalidade", ela criava e vendia porcos, era dona de um bar, e diversas outras atividades honestas e dignas ela enfrentava, Minha avó formou-se em magistério numa cidade pernambucana chamada Vitória de Santo Antão, onde conheceu meu avô um homem Alto, Forte e branco que serviu a aeronáutica, seu segundo noivo, (depois de finalizado seu noivado com um topógrafo) pai dos seus 4 filhos e avô dos seus 3 netos, este Homem Robusto e Branco era filho de uma linda senhora enfermeira, pianista e católica, que faleceu enquanto minha avó estava com alguns meses da sua primeira gestação, o viúvo era um português e isso é tudo o que eu sei.

Dez anos depois que o último e único filho homem da que já não era mais uma Jovem professora mas uma senhora muito bem cuidada e do Caminheiro Branco que já não era mais tão robusto, eu nasci com 5 quilos e muitas pessoas que até hoje me amam, Eu também neto de um ex-boémio falecido e uma presciosa Amélia (da musica de Mario Lago), esse tal ex-boémio me desperta muitíssima curiosidade ele tocava violão, vinha duma família rica, mas tornou-se mais tarde chefe de uma família ainda mais rica! não materialmente mas desta vez espiritualmente, ele se tornou Testemunha de Jeová e ensinou as verdades bíblicas a uma outra família, que décadas e décadas depois me ensinou tudo o que tinha aprendido com meu (como eu desejo chama-lo); ele morreu na virada da década de 69 e 70 enquanto meu pai (seu filho caçula) tinha pouquinhos anos de vida, esse caçula foi o um dos poucos e primeiros a se formar nessa família também esforçada, acolhedora e alegre, a sua mãe atualmente com 82 anos de idade, e infelizmente com mau de alzheimer, era filha do caseiro dum sítio da família do ex-boémio que futuramente seria seu marido.
Vendo essas minhas raízes é interessante reconhecer que eu hoje toco piano como a mãe do meu avô materno, toco violão como meu avô paterno, assim como ele sou Testemunha de Jeová e uso pasta, gravata e terno, assim como eu avô materno sou alto mas não robusto, minha avó foi professora profissão que almejo muito, da mesma forma que eu minha mãe nasceu e não conheceu um avô, meu pai é uma pessoa serena igual a mim e diferente da minha querida e única irmã pequena. Cada uma das pessoas teriam muito mais pra me contar e eu muito mais pra registrar, no futuro revelarei mais coisas que já sei ou que descobrirei, sem contar com o resto da família que está chegando e que ainda pessoalmente num futuro eterno e excelente que eu tanto "espero" conhecerei.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

I

Nunca gostei, nem me interessei em ser o primeiro de nada, amo fazer o que já existe, me sinto seguro em fazer algo que alguém já fez, principalmente quando o que estou a fazer será exposto a um público que não conheço, mas isso se aplica em diversas situações: numa fila fico desconsertado de ser o primeiro, numa apresentação não quero ser o primeiro a actuar, numa reunião não penso em ser o numero um em expressar minha opinião, penso que o primeiro sempre se sai ruim, o primeiro Homem "Adão" ficou conhecido como ingrato, as primeiras tentativas do homem voar são motivo de riso, o primeiro amor nem se fala , e esse post é mais um exemplo! existem diversas coisas que eu amo, mas escolhi justamente o que não gosto pra ser o "1ª' 'I' "Primeiro". Mas uma coisa que gosto é de ser mais um na multidão é de ouvir a chamada "Próximo" e ocorrer tudo normalmente e então eu na minha costumeira serenidade seguir em frente.